Os cupins são os grandes arquitetos da natureza. Os seus ninhos, os cupinzeiros, são feitos de uma mistura de terra, madeira e saliva. Essas estruturas, que podem chegar a vários metros de altura, são bastante resistentes e podem permitir à sobrevivência de alguns pequenos animais, principalmente insetos, durante queimadas no Cerrado.
Animais que buscam abrigo (ou moram) nos cupinzeiros são chamados de termitófilos. Apesar de a palavra ser complicada, o significado é bem simples: simpatia por cupins. Algumas espécies de aranhas, abelhas, formigas, piolho-de-cobra e outros animais podem ser termitófilos.
Cientistas da Universidade de Viçosa, em Minas Gerais, ficaram se perguntando se em caso de queimadas no Cerrado, esses animais procuravam abrigo nos cupinzeiros. Eles fizeram as malas e foram para uma área onde havia acontecido um queimada recentemente. Ao chegar lá, coletaram os animais termitófilos em 30 cupinzeiros que estavam em uma área de queimada e em uma área intacta.
De volta ao laboratório, depois da coleta, os resultados mostraram que os cupinzeiros que estavam na área degradada pelo fogo tinham mais animais que na área intacta. Ou seja, por causa da pressão ambiental causada pelo incêndio, esses pequenos animais buscaram abrigo no cupinzeiro. Legal, né?
Mas vale lembrar que nem todos os animais conseguem se refugiar durante as queimadas. Por isso, é preciso proteger os nossos biomas e os nossos animais. E claro, a partir de agora, você já sabe que os cupins, além de serem importantes para as relações ecológicas nos biomas, oferecem uma moradia para outros seres vivos que vivem nas proximidades. E aí, os cupins não são surpreendentes?
Referência:
Monteiro, Ivan et al. “Disturbance-modulated symbioses in termitophily.” Ecology and Evolution vol. 7,24 10829-10838. 9 Nov. 2017, doi:10.1002/ece3.3601