Quando alguém fala a palavra “esfinge”, o que vem à sua mente? Provavelmente você lembrou da esfinge de Gizé ou de alguma outra grande esfinge egípcia, estátuas com corpo de leão e cabeça humana. Esses monumentos tinham grande importância no Egito antigo, fascinam historiadores até hoje e serviram de inspiração para o nome de um grupo de insetos, do qual falaremos hoje.
Esfinge de Hatshepsut - Foto: MET/Domínio Público
As esfinges são um tipo de mariposa e, assim como todas as mariposas, possuem uma fase de lagarta antes de se tornarem adultas aladas. Lagartas de esfinges são geralmente lisas e com aspecto macio, sem cerdas e pelos que “queimam”. Quando descansam, elas levantam a parte da frente do corpo e encolhem a cabeça pra dentro: esse comportamento resulta numa pose que lembra uma esfinge. Esse nome foi dado ao grupo em 1802 por um zoólogo francês chamado Pierre Latreille, e serve para toda a família que essas mariposas fazem parte (Sphingidae, ou esfingídeos).
Manduca sexta - Foto: Melody McClure/Licença CC
Como reconhecer uma lagarta de mariposa-esfinge então? Além da pose de esfinge mencionada e do fato de serem lisas, as lagartas possuem uma estrutura no fim do corpo semelhante a um chifre, que pode ser liso, enrugado, longo e fino, entre outros formatos. Esse chifre é inofensivo, e não tem função conhecida (ainda).
Manduca sexta - Foto: Ken Slade/Licença CC
Essas mariposas ocorrem em praticamente todo o mundo, e suas lagartas podem ser encontradas por todo o Brasil. Aqui, além de esfinges, essas lagartas são chamadas de mandarovás, ou mandruvás. Esse nome tem origem com os povos indígenas originários, e geralmente é usado para lagartas lisas que não queimam.
Sejam chamadas de esfinges ou mandarovás, você não precisa ter medo caso as encontre por aí, visto que são inofensivas. Elas geralmente têm cores verdes, marrons ou até mesmo preto ou avermelhadas. São muito encontradas comendo folhas de tomateiro, mandioca, mamona, fruta-do-conde, entre outras, então, caso você tenha essas plantas no seu jardim, eventualmente pode ter a sorte de encontrar uma dessas belas lagartas ao vivo.
Redação por Matheus Eduardo Schwantes, graduando em Ciências Biológicas pela Universidade de Caxias do Sul (UCS) e divulgador científico no perfil @SchwMatheus.
Manduca sp. - Foto: Andreas Kay/Licença CC
Referências:
DUARTE, M. et al. Lepidoptera. In: RAFAEL, J. A. et al. Insetos do Brasil: diversidade e taxonomia. Ribeirão Preto: Editora Holos, 2012. Cap. 37. p. 625-682.
ROBINSON, G. S.; ACKERY, P. R.; KITCHING, I. J.; BECCALONI G. W.; HERNÁNDEZ, L. M. HOSTS - A Database of the World's Lepidopteran Hostplants. 2010. Disponível em: http://www.nhm.ac.uk/hosts. Acesso em: 06 ago 2021.
TRIPLEHORN, C. A.; JOHNSON, N. F. Estudo dos insetos. 2. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2015. 761 pp